14.6.04

Beijos e abraços e flores e lenços a acenar

Este é o último post deste blog. Sou de birras e amuos e decisões imediatas quando se tornam necessárias. Mais tarde, quando penso, verifico que foram as certas. Tenho essa sorte, a de sobreviver por instinto. Se fosse assim armada ao pingarelho, diria, já ando por cá há uns tempos e não sou burra de todo: o instinto também é isso. Quando abri este 'um dia destes...' o que seguia as reticências era, evidentemente, '...acabo com este blog.' Nunca foi uma morada permanente, apenas uma passagem, uma paragem e uma continuação. Serviu a sua finalidade. Pelo caminho, a vertigem percebeu mais algumas coisas curiosas. Devo ser o autor na blogsfera que melhor sabe quem são os seus leitores: os links do lado, que estão agora em 'casa' (mais alguns que acrescentarei depois do lado de lá), são aqueles que lêem o que eu escrevo, que foram à minha procura, que se interessaram pela pessoa por detrás das letrinhas. O resto, como já escrevi, é o politicamente correcto, a palmadinha nas costas certas. Que é coisa que vejo todos os dias a toda a hora: no meu blog, tenham santa paciência, não e não e não. Sou irreverente e sou do contra e rio-me de tudo e quero lá saber. Quem não gosta que meta à borda do prato. Um abraço a todos e muito obrigada.
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Acordei

ali mais ou menos por alturas das Forças Armadas. Estava a ouvir uma musiquinha gira no rádio, está calor, é verão, e pensei: não devo nada a ninguém e estou-me borrifando numa data de coisas. Entre as quais algumas que mais vale borrifar de uma vez por todas. E esta sempre foi provisória e continua a ter o sabor de emprestada. Vamos voltar para casa, amigos? Pelo sim, pelo não, vou começar a alterar o template.
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O post anterior

Não entrou a horas, blogger a dar erro. O livro: Middlesex, Jeffrey Eugenides. Depois do The Virgin Suicides, este é... ...é de ir a correr comprar, e ler até acabar. Que foi o que fiz (só não fui a correr comprar, que queria a versão original e quando a tive, guardei-a para ler quando houvesse tempo), não parei de ler até agora. Não parei de ler até hoje de madrugada, cinco da manhã e eu a ler. Não parei de ler durante todos os bocadinhos livres de outros passeios e andanças de férias. Li durante os espaços todos, durante três dias. Acabei agora. E a minha vontade é relê-lo. Já. Quando se lê um livro assim, um destes extraordinários livros, não há qualquer vontade de escrever. Aquilo é bom. E tudo o resto é paisagem e, muito provavelmente, perda de tempo. Não escrevo isto no sentido depreciativo, em auto-crítica; é apenas a constatação de factos: há gajos que escrevem umas merdas e há gajos que escrevem livros muito bons. E há gajas palermas que, por vezes, perdem tempo com umas merdas que escrevem, em vez de pegarem no livro que estava à espera no cimo da pilha há sei lá quanto tempo. Moral do post: 1. Quero ir viver para o meu mato (mania recorrente no regresso de férias). 2. Havia pirilampos. 3. Não vi o jogo, estava a ler. 4. Ler mais, escrever menos.
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13.6.04

Regresso

com um livro a meio. A ver se o acabo hoje, já que me considero ainda em férias.
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9.6.04

Férias

Encerrado para férias. Bom feriado, bom fim de semana.
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Uma coisa em forma de assim

Fui ali ao arquivo procurar uma coisa antiga e dei comigo a ler seguido o que escrevi. Não me reconheci.
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Cerezas

A palavra era certezas. Os dedos insistiram, uma, duas, três vezes nas cerezas; deixo assim. E já não escrevo o post que ia escrever.
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Coisas mesmo estúpidas

Que querem, eu gostava dele.
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Coisas estúpidas

Um tipo leva com um peixe na cabeça e pifa. É assim.
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Tava eu aqui a considerar

que não tinha grande coisa para escrever (como se isso fosse algum problema...) e depois (acendi um cigarro, o costume) havia ali qualquer coisa a debicar-me o pensamento e eu sem conseguir perceber o que era. Não é que não tenha uma data de merdas a debicar-me o pensamento. Algumas delas até mordem e mordem o tempo inteiro, mas com essas posso eu bem, é apenas uma questão de hábito e de fazer qsss qsss: morde aqui, anda lá, vê lá se consegues, tá bem tá...porque as que moem o juízo (no mesmo curto prazo) são as outras, as galinhas-pensamentos, ali a picar miolos. Aquela coisa do 'mas como é que se chama aquele autor?' e 'será que deixei o ferro ligado?' e 'olha, não é que agora se me varreu o número de telefone de casa?!' Mas há uns pensamentos desses que são excelentes. E o meu foi este: Estou aqui agora e amanhã a esta hora... ...tou de férias caneco! A ler o meu livrinho e a ouvir o vento e a ver pirilampos. Olé! Contentinha que estou! Isto não quer dizer que daqui até lá não encha esta treta de coisecas...
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Metablogging ou lá o que é

1. Este humilde blogzinho foi considerado como mais um dos que linkaram aqui o meu, o que agradeço de todo o coração. Para além disso, matei-me a rir quando vi (deu uma grande trabalheira porque está lá nos confins do blog), mas não vou explicar porquê, que gosto sempre de fazer assim birras. (Se calhar não gostou da cor do link, terá sido disso?) 2. Aproveito esta solene ocasião para saudar a chegada à blogsfera de mais uma luz, a deste Farol, cujo Faroleiro espero que se aguente à bronca, ou, na gíria de outras andanças: welcome to the jungle (nunca sei se é com um ou dois émes). Assim que escolher a cor, faça favor de me informar devidamente, para eu o acrescentar ali na coluna da direita. 3. Não há mais metablogging por hoje, que os amigos são os do costume e estamos todos contentes por assim ser. Eu, pelo menos, estou.
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8.6.04

Recebido por melgamail...

Olá amiguinhas! Safa, que para que me publiquem um email, é preciso eu sei lá o quê! Já estou como umas amigas minhas que eram manequins como eu e agora são editoras de moda, mas afinal: é preciso dormir com quem??? Claro, uma delas enganou-se, está a fazer artigos sobre a moda nos uniformes de desporto num jornal sobre bola e consta que a página dela tem sido vista a embrulhar castanhas e – como não pode ser? Não pode ser embrulhar castanhas??? E não pode porquê??? Não é a época das castanhas...chatos! chatos! Chatos! Era uma figura de estilo, pronto, a embrulhar cornetos para não pingarem para o chão...esses já trazem o papel? Mas que coisa, afinal quem é que está a escrever este post??? Não me irritem! – adiante, não sei com quem se dorme de maneira que mando emails todos os dias à tontareca autora deste blog que só sabe é escrever tretazetas diz ela e depois arma-se com o pingarelhometro, e faz de viajada, ai filha, a pachorra que é preciso, como se toda a gente não soubesse que S. Marcos só viste no catálogo das máscaras de Carnaval e Terra do Fogo para ti deve ser ali a Serra dos Candeeiros depois do verão, misérias! Não fora eu a elevar o nível deste blog e já não tinhas um leitorezo que fosse, não vês que quem lê isto é só à espera que eu apareça? Enfim, deixá-la na ilusão, coitadita, assim como assim, sempre me vai fazendo falta este espaço para escrever. Também não é que tenha tempo a dar com um pau que com tanta coisa que tenho feito, vernisages e clubes de jazzes e almoços no campo com vista para castelos, champanhe e charutos, vernizes e matises, coisas assim que nem rimam mas faz de conta, uma girl ressente-se das noites mal dormidas e nem se atreve a meter o nariz na rua antes da hora do calor passar, que tá imenso sol e só faz é rugas. Tenho passado uns dias na chaise da piscina, mas à sombra, com uns livros, umas revistas, umas notas de música ao longe: ontem até era a marchinha das festas da aldeola do lado, tchibum tchibum, mas eu adoro coisas étnicas e o foclore está imenso nas saias e nos colares, ai amiguinhas, este ano temos mesmo que fazer algumas concessões ao bom gosto se queremos estar na moda. Eu não quero, que uma verdadeira girl é elegante , mas pode dar-se o caso de alguma pindérica estar a ler isto e então, eu sou sempre uma Lili simpática que diz sempre uma palavra de apreço (alguma coisa se há-de aproveitar e se não for o caso, inventa-se, que é aliás as mais das vezes...) para elevar o ego das girls, sempre na esperança que um dia possam passar a ser verdadeiras girls...a verdade é que há porquinhos com asas, ou não há? Não??? Bem, então escolhi mal o exemplo, mas agora fica assim. De qualquer forma já não tenho tempo pra mais, adeus adeus, muitos beijinhos para ti!!!!
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Enlatado

Lmebrei-me deste enlatado por não poder ler o Bosque da Robina (tinha lá aranhas...) ---- A noite dos carrapatos Sem saber porquê, José Morais acorda de repente. O pânico roubou-lhe a voz e ofereceu-lhe pijama e lençóis encharcados, que se colam ao corpo. Não lembra do que sonhou e pensa, foi um pesadelo, não é nada, já me passa. Acende a luz e vê a cama desfeita, enquanto distraidamente, coça uma perna. Depois um braço. A barriga. Mas que comichões são estas, pensa Morais, estou com alguma alergia? Levanta a camisa do pijama e horrorizado olha para a pele coberta de...de...de...mas o que é isto? Ai meu Deus, estou doente, gravemente doente! Os furúnculos olham para ele, silenciosamente, com olhos de pus amarelo. E o Morais salta da cama, coça-se cada vez mais, rebenta borbulhas, e sente tudo a escorrer, suor, pus, bocados de pele arrancada com raiva, e enquanto agarra no telemóvel poisado na mesa de cabeceira, o número de emergência, chamar uma ambulância, nunca vi isto, estou a morrer com um ataque alérgico, sente qualquer coisa a picar um pé descalço...olha para o chão e não vê nada. Olha melhor e vê um minúsculo ponto preto a esconder-se debaixo da cama. Espreita para debaixo da cama e não vê nada. E fica muito quieto com o telemóvel numa mão enquanto se coça com a outra...e no silêncio que se segue, começa a ver a trepar pelo lençol branco o ponto preto, que se vai aproximando, aproximando...ah cabrão, que já te mato, berra Morais! Agarra no chinelo, e atira-se ao bicho com fúria, esquece-se das comichões enquanto o desfaz numa mancha de sangue e patinhas e mandíbulas, meu filho da mãe, que esse sangue é meu, andaste-me a morder todo quando me apanhaste a dormir mas agora estás desfeito, mas pensas que alguém pica assim o Morais e se fica a rir? Será que esta mancha sairá na máquina ou terei de enfiar o lençol na lixívia? Mas que bicho mais nojento, o que será isto? Agora não interessa está morto...e outro pontinho preto aparece na beira do lençol. Mais um? Vais levar também! Toma! Estás a brincar comigo? Toma! Estava a ver que só um para tanta mordidela era pouco, toma mais! Comigo ninguém goza, ouviste? Era só o que me faltava! Toma! E mais dois pontinhos pretos aparecem na orla do lençol...Morais começa uma dança a matar os horríveis bichos que o atacam de todos os lados, coça-se e bate neles com o chinelo, com o telemóvel, com o pijama, com as mãos, esmurra, aperta, esmaga bichos com uma fúria incontida, cego de raiva e de comichões e de nojo. Finalmente deixam de aparecer mais bichos. E Morais sorri, uma máscara de lágrimas, feridas e pus, encosta-se na cama e pensa, sou mais que os bichos, eu sou gente que se sente. E para confirmar o seu triunfo espreita novamente para debaixo da cama. Não vê nada. Mas só para ter a certeza deita-se de costas no chão e inspecciona a parte de baixo da cama....e antes de se dar conta deste seu último e fatal erro, pensa, tinha ideia que era branca...
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É incrível!

Hoje de manhã, numa via rápida, tive de acelerar até aos 140 para ultrapassar um camião daqueles que carregam entulho. Não acho normal!
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Patagónia Desert (temos gelados mas só depois)

É só calhaus, pensou ela, e deu um pontapé noutro. Estava a andar há mais de duas horas e o poncho a pesar como uma manta de pele de peixe, mas grossa. Acabou por deixá-lo à beira do...do meio das pedras, realmente, não era um caminho, era uma escolha aleatória de entre as pedras, talvez não tão aleatória, algumas constantes sob a forma de pedregulhos mais altos. E com bicos afiados. Garras, pensou ela, e desatou a rir. Imagens comuns, só penso em imagens comuns, e deu mais um pontapé noutra pedra. Felizmente trago as botas do náufrago e depois lembrou-se do resto e varreu o náufrago da memória com uma vassoura de esquecimento obrigatório. Sai daqui, pensou, sai daqui que não quero lembrar-me de ti, mas os olhos vazios continuaram ainda a persegui-la por mais três ou quatro pedras. Sai daqui! e os olhos viraram-se para outro lado. Pareceu-lhe um bom compromisso: enquanto não olhares, disse ela aos olhos virados para outro lado, faço de conta que não te vejo. E as botas, se não tivesse as botas dele, tinha ficado na praia, a olhar para a árvore-canoa. Como é que não haveria de se deixar ficar naquela terra? Não tinha outra saída! nunca ninguém pensa nesses detalhes práticos quando escreve as merdas, considerou, mas uma coca cola é que vinha agora a calhar. E foi então que viu a placa: A Última Coca Cola Do Deserto, 1 km. Aberto 24 h. Do deserto venho eu, respondeu ela à placa, deves ser é a primeira a contar de cá. Mas, pelo sim pelo não, foi andando mais depressa.
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7.6.04

Patagónia

Vou voltar às minhas viagens, aliás fui, manda postal, disseram eles (eles é vós) e eu mando daqui um postal, assim que encontrar um post de correios. Terra do Fogo, digo eu, porque gosto do nome e porque gosto de fins e porque o nome Patagónia sempre me pareceu inventado (mas todos os nomes são inventados!) inventado numa história, era uma vez era uma vez uma turista que chegou à Patagónia numa canoa de casca de árvore. Trazia um bronzeador solar porque o sol do mar é forte, mas trocou-o por um poncho quando a canoa bateu na areia e deitou abaixo um pescador. O pescador falava uma língua que ela não percebia e desatou a gritar agarrado à perna. Ela saltou da canoa e limpou a ferida e depois barrou-a com o creme que trazia. Sabe-se lá porquê, o pescador começou a sorrir e deu-lhe o poncho que trazia. Cheirava um bocado a peixe mas ela cheirava a mar, não notou diferença e estava frio, não se fez esquisita. Avançou pela praia, embrulhada naquela manta e sentou-se no chão quando chegou à linha de árvores. As árvores eram de pedra e tinham fiadas de balões pendurados, com velas dentro. As velas estavam acesas e ela percebeu que era dia de festa. Depois olhou para trás e viu que a canoa estava ao alto, segura pelo pescador. O pescador aplicou o creme solar à base da canoa e dali começaram a sair raizes que se enterraram na areia. E a canoa começou a crescer, muito direita. A parte da casca gravada com o nome dela ficou lá muito em cima, quase sem se ver, mas ela percebeu nessa altura que a festa era para ela. Para comemorar o facto de o seu nome ter criado raízes naquela terra desconhecida, que tinha nome de histórias de encantar. E então, deixou-se ficar.
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Detesto não ter net!

E detesto que a falta de net me coma os posts! E detesto esquecer-me que não posso escrever directamente no blogger (como estou a fazer agora), porque fico sem posts! E detesto não ter rebuçados!
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Uff! Já tá bom!

Mas eu, ao que vinha, não era nada para me admirar com o blogger e essas coisas. Não. Eu ao que vinha...bem, na realidade não posso contar. Diga-se apenas que, mercê de falta de companhia (sou sempre pelo lema, mais vale só que mal acompanhada), almocei com umas revistas. Algumas delas sem qualquer problema, sobre programações da tvcabo e livros. Mas uma outra... ... ... ... bom-ooooommm... digamos que fui apanhada a lê-la e saudada com a frase: - Não sabia que lias a Maria! Ao que eu respondi: - Não é a Maria...é muito mas muito pior... (se soubessem o que já me ri, iam a correr comprá-la...)
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Olha!

O Blogger está estranhíssimo...!
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Dia D - 6 de Junho

Há algumas imagens que me ficaram da viagem que fiz à Normandia: uma são os cemitérios. A outra é a escarpa. Muitos anos a ver filmes constroem ideias que não correspondem à realidade. Até ao soldado Ryan, o dia D trazia-me lembranças de filmes com barcos carregados de soldados americanos, praias e soldados alemães do lado de lá. Na realidade, os soldados alemães estavam do lado de cima. É essa a primeira e mais assustadora imagem que nos fica, quando se espreita lá de cima para Omaha Beach. É não ver a praia. A praia está lá muito em baixo, numa costa de escarpas e praias recortadas. E é preciso olhar em redor, ver os bunkers e as redes que ainda lá estão, para perceber que aquilo se passou realmente ali e não é filme; e tal como a realidade nos vai habituando, é sempre muito mais sinistra e chocante que as imagens romanceadas de praias e soldados que nos foram mostrando. Há uma espécie de silêncio cortado pelo vento, poucas turistas, é um dia de sol de inverno. Algumas placas avisam para não se sair dos caminhos, pois sessenta anos depois, toda aquela zona continua a ter bombas enterradas. Mas não seria necessário qualquer aviso. A sensação é de cemitério, de respeito e pena e orgulho e tristeza. Ali fez-se história e ali mudou-se o destino do mundo. Não se fala, olha-se e absorve-se, para não esquecer nunca mais. Não me lembro se fui primeiro ao cemitério americano ou ao alemão. Mas a diferença é gritante. O americano é aquele que já vimos muitas vezes em fotografias. As cruzes brancas até ao horizonte, o momumento em arco e tudo o resto: a estrada de acesso impecável, os parques de estacionamento, a loja de recuerdos e do livro de visitas, os soldados a guardarem e a manterem a ordem, relvados verdes, cruzes brancas, um cenário de sossego e árvores e passarinhos, uma homenagem de paz aos vencedores caídos. O cemitério alemão está escondido numa ruela. Um beco onde se estaciona o carro ao lado de um muro a cair e onde não há mais ninguém. Uma placa avisa que vai haver obras de melhoramento. Um portão aberto e do lado de lá, cruzes pretas e placas pretas no chão, cinco placas, uma cruz. No meio das árvores. Dou dez passos para dentro do cemitério. E começo a ler as datas nas placas. Os miúdos não tinham mais de quinze anos. Eram os maus da época. Mas eram pouco mais do que crianças. Fujo a chorar. Não é nada que não soubesse já, mas é nestas alturas que a injustiça das guerras nos dá uma martelada no cérebro.
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Que esta treta sirva para qualquer coisinha de útil

Onde é que se compram bandeiras??? Já tenho os cachecóis e as bandeiras nada! Quero umas grandes para pendurar nas janelas, caneco!
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Ainda

se fuma um cigarro, penso eu, com ele pendurado na boca, ainda apagado. E acendo. E escrevo e acendo. Posts pensados, não, os meus são ligados directamente do pensamento aos dedos, é o que sair. Se pensasses um bocadinho, diz o diabinho pendurado na orelha esquerda, não escrevias nem metade dos disparates que escreves. E o diabinho da orelha direita (porque eu tenho dois, os anjos há muito que se foram, em poeira e areia) responde - ao outro, mas fala alto para eu ouvir - e se ela pensasse mais um bocadinho ou até menos, não escrevia a outra metade. Fico muito quieta e o primeiro já está a dizer, não, eu estava a referir-me a esses e o outro diz-lhe queres sempre ser o primeiro a ter esses pensamentos, mas eu sei muito bem que não eram os disparates que eu referia, eram outros que tu estavas a dizer, mas agora para não dares parte de fraco, dizes que são os mesmos, és sempre a mesma coisa. Não sejas palerma! enerva-se o primeiro diabinho e começa a puxar-me pelos brincos, que é uma coisa que me enerva a mim. Tá quieto, digo-lhe eu, não sabes discutir sem andar aí aos saltos? Já sabes que escorregas sempre e daqui a nada cai-me o brinco! Isso não é um poleiro, sua galinha! e o outro do lado direito desata a rir. O do lado esquerdo torce o brinco a ver se me dói, mas eu já lhe conheço os truques todos e agarro-o. O do lado direito escorrega da orelha com as gargalhadas e, quando se estatela no ombro e se agarra à alça da camisola, fica o da esquerda a rir e esquece-se de me moer mais a orelha, do entusiasmo de abanar o cabelo a ver se o outro não consegue trepar. Vá lá, digo-lhes eu, sejam amigos ou, pelo menos, estejam calados. Estou a ver se consigo escrever um post e assim nunca mais. Chatos! E eles em coro, a única coisa em que estão de acordo, porque é a única altura em que podem largar as minhas orelhas e ir à vida deles, sabe-se lá onde: - E se fosses mas é dormir, sua parva?
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Só mesmo

no totoloto é que não acerto...
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6.6.04

Uns piratas

antes de ir dormir. Ficam sempre bem, uns piratas num filme. Gostava de ser burra. Os burros nunca têm...nunca têm...nunca têm...bem, realmente não têm lá grande coisa. Uns chapéus de palha, umas cenouras, tá a coisa feita, não se preocupam com os problemas da humanidade, dos piratas, a lua está cheia a esta hora, quer dizer, não é bem cheia, mas o que me preocupa é estar deste lado. Já devia estar do lado de lá, não percebo. Os burros comem palha? Acho que sim, que isto é do sono ou de ver coisas. Ver coisas. Os burros vêem cenouras. Eu vejo coisas que me fazem dizer hum ou ah ou ah pois ou hum pois ou...zzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzz zzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzz zzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzz zzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzz zzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzz zzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzz zzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzz...zzz.
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5.6.04

E os outros posts

sobre almoços com amigos e vistas magníficas e coisas assim ficam para outro dia, que uma data de quilómetros e seis horas à mesa dão cabo do corpinho...mas gostei muito.
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Só para

deixar aqui um grande abraço de Parabéns ao Nelson e aos restantes Desblogueadores por um ano de blog, pelas gargalhadas, pela companhia, pela boa disposição, pelas notícias alucinantes e comentários às mesmas, pela fotografia do político baixote que ficava sempre de fora...passei um ano a rir à vossa conta! Obrigada.
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O post abaixo

é dedicado à Duende, à Maré e à Naza, que todos os dias pintam cores que eu consigo ver.
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O regresso a uma esquina desdobrada

Há fotografias que não existem. Vemo-las nos ecos da nossa vida, nos cantos de memórias de outros lados que não estavam lá. Mas podiam ter estado e não se sabe porque é que não estiveram. Um dia viramos uma esquina para um lado sem saber que ali adiante, no passeio, está o outro destino, aquele que só se encontra depois. Era uma vez uma menina pequena que dobrou uma esquina. Mas não vamos atrás dela. Ela irá para diante, noutra rua, noutro lado, sem saber que do lado de lá da esquina, a outra, aquela que não foi dobrada, está um jardim. É um jardim muito estranho, com árvores pequenas e muito tortas e rios que correm no meio dos troncos e manchas de areia no chão, com pedrinhas às cores e conchas e madrepérolas e porquinhos cor de rosa a correr pelo meio de uns caminhos de lajes azuis e verdes, que fazem desenhos de ondas e parece mesmo que são peixes voadores, de tão depressa que passam a correr. No meio de um desses caminhos está uma menina. É morena e tem os cabelos muito compridos e emaranhados, cheios de nós de corridas que deu e de pressas em sair de casa e de ó mãe não é preciso pentear mais, está bom assim, elas estão à espera e elas estão ali também. Uma delas está a dar de comer a um porquinho, com ele ao colo. Tem um sorriso rasgado de quem ri sempre, mesmo quando o caso é grave e ri-se também para o porquinho. Dá-lhe migalhas de um bolo que tem na mão e depois, quando o bolo acaba, tira outro de um saquinho que tem ao lado e dá mais. Há mais porquinhos que acham uma boa ideia e também se aproximam e ela ri-se e diz, há para todos, e tu não queres um bolo? Mas a menina do cabelo comprido emaranhado está distraída a juntar conchinhas na areia que está ao lado do caminho de ondas de azulejos e diz agora não posso e a outra menina está sentada encostada a uma das arvores tortas a ler. O livro tem na capa um boneco azul com uns pés muito grandes. Ela está muito quietinha e ajuizada e, de vez em quando, vai olhando para as outras com ar de quem toma conta. Passa a mão pelo cabelo, muito curto e vermelho e tem sardas no nariz. E responde à outra menina ainda matas esse porquinho com tanta comida mas a outra continua a rir e continua a dar migalhas aos porquinhos, que agora são muitos. E, de repente, a menina do cabelo emaranhado diz, acabei, fiz colares para todas! e as amigas largam os porquinhos e o livro e vão a correr e dizem, são lindos! E embrulham-se em colares de pedrinhas e pulseiras de conchinhas e depois vêem que sobrou um colar. Vamos deixá-lo aqui, decide a ruiva. Talvez alguém o encontre. Vou também deixar um bolo, diz a risonha. E a morena, diz, já acabaste o livro? A ruiva responde que não, mas não faz mal, também o deixo. E, no caminho de casa, perguntam umas às outras: achas que alguém vai encontrar as nossas coisas? Era uma vez uma menina pequena que dobrou uma esquina. Foi andando muitos anos e um dia (um dia destes) encontrou um colar de conchas e pedrinhas e pensou que era a coisa mais bonita e mais feliz que alguma vez tinha visto; encontrou um bolo que era feito de migalhinhas risonhas, mesmo quando o caso é grave; e encontrou um livro. Que traz sempre à beira dela.
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Pré post

Era suposto que já estivesse pronto, mas a verdade é que não está. Será escrito com mais vagar, mas ficam desde já os parabéns ao meu amigo OldMan, um tipo que é escritor, e ao seu blog que faz hoje um ano. Um abraço, pá.
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4.6.04

Vertigem

- Nem te estava a reconhecer, mas toma isso como um elogio. - Pá, já te ligo tou a guiar! Vamos tomar café à Brasileira. - Como vês, os pombos de Blog nunca me largam. - Três telemóveis? És mesmo maluca. - Olha a estrela-da-tv! Muito mais feia ao vivo! - Olha a estrela-da-tv agora vem aí com o estrela-da-tv...tá bronzeado. - É do solário. - Devia era ir correr, apanhava sol e emagrecia-lhe o rabo. - Aquilo é um urso a tocar pandeireta? - FIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIII! - Quem me dera assobiar assim. - Aí está ele. - Vamos lá jantar. - Bife à Trindade. Bife à Trindade. Bife à Trindade. Bife à Trindade. - Cerveja preta. Cerveja preta. Cerveja preta. Água sem gás fresca. Meio litro. - Blá blá blá blá...filmes...blá blá blá blá...blogs...blá blá blá blá gajas... - Ai vem ela. - Bife (de porco) à Trindade. - Blá blá blá blá...blogs...blá blá blá blá...gajos... - Tá na hora. - Já passa da hora. - É já ali adiante. - É já ali adiante! - Olha pois é... - Quem será o Chapeleiro? - Reconhecia-te logo. - E esta é...e esta é...e este é... (vénia) - Pá, não me faças isso! - Vamos andando que está a começar... - Sentamo-nos aonde? - Tiramos os marcadores... - São bem giros... (apresentação. quem é o Domingos? Viemos à apresentação errada!) - Vou ser breve... (calças curiosas) - Lobo Antunes...erros interessantes...nasce um poeta... - Aquele ali é que fez as ilustrações! (O Poético é tímido) - Dedico-vos o poema da página 62. (leitura de poemas. o barbas lê bem. os poemas são lindos.) - Perguntas ao poeta? - A poesia não tem data. Não interessa quem a escreveu. Só interessa que alguém leia e goste. - Não há mais perguntas? - Vamos aos autógrafos. (fila) - Olhe era uma Vertigem faxavor. (fila) - Então como é que vai o blog? - Bem obrigada, acabei com ele. - eu também acabei com o meu, agora tenho um anónimo. - Eu também. - Vocês eram muitas, não eram? - Não, era só eu. (autógrafo). - Obrigada. - Espero que percebas a minha letra... (percebi) - Vamos até lá fora? - Aquele deve ser um puto... - És puto? - Sou. - És o Manhas... (sorriso tímido. É o Barbas). - Então vamos lá fumar um cigarro. (conversa sobre coisas várias) - Vamos lá aos copos. - O Webmaster guia. - É ali. (Jazz) - Blá blá blá blá. - Blá blá blá blá. - Vamos indo. Até à próxima.
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Ai que vergonha!!!!

Acordo de repente. Não está nenhum despertador a tocar e aquele silêncio está ali com um som de desgraça eminente. Olho para o relógio...dez minutos antes e vários quilómetros adiante, começou um almoço com três amigas, onde eu deveria estar. Ligo à minha amiga Ana que me pergunta: onde é que tu estás? Estamos aqui com a Rita! Vens cá ter? Mas é impossível chegar a tempo. Não me lembro de isto alguma vez me ter acontecido...desculpem meninas e desculpa Rita, desculpa, desculpa, ai que vergonha.
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3.6.04

Ora então

vamos lá a isto. Isto hoje vai ser só blogguers, caneco! (despacha-te Lénia, que o Velhote tá à espera e ai de ti, Soinico, que não apareças...) links depois que agora tou com pressa.
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Institucionalizações, modas e palmadas nas costas certas

É engraçado isto. Eu não vou escrever este post. Eu vou fazer este post. Porque aos amigos, não basta sê-lo e dizê-lo. É também preciso parecê-lo.
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Vou mazé dremir

que fasso mlhor fgura...
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E mais!

HIC! Tenho dito! (se um gajo que é ministro pode dizer bacoradas, hic, eu não posso escrever barbaridades? Hic? Bof. Este verde de pressão, hein? Hic...tá calor não tá? hic. Hic! HIC!)
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Péra lá! Quem foi o gajo?

Sim, sim, vamos lá a saber! E é já! Quem foi o cabrão que encheu este blog de posts com caralhadas ontem à noite, hein? Uma casa de respeito! Francamente! Se o apanho nem sei o que lhe faço!
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Sardinhas e vinho verde

tavam bem boas...hic...
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Requiem for a (non) writer

Estou sentada na sala a ver um video e a luz vai abaixo. Olho pela janela e vejo que foi geral. Está tudo escuro. Passada a confusão de onde estão as velas e após os comentários da praxe, que chatisse e agora, o que é que se faz... ...sento-me na minha varanda, e oiço... Um silêncio feito de ausência de luz artificial. É um silêncio que tem cães e vozes ao longe, mar e folhas abanadas por uma vaga brisa, que quase nem se sente. Um silêncio que arrepia, ou talvez seja o vento. Um silêncio a preto e branco, com todos os cinzentos do mundo. Acende-se a primeira vela... E o silêncio enche-se de sons. Vozes de crianças que ficaram privadas do Cartoon Network e que se iniciam no prazer de andar de bicicleta de noite nos caminhos do jardim. Vozes de donos de cães que se encontram. Vozes de pessoas que se lembram que têm varandas e está uma noite de Verão. Vozes de pessoas que descobrem que as noites sem luz se podem transformar em noites preenchidas com silêncios feitos de gente. (03.06.01) You made me and unmade me.
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E escrevo

foda-se quantas vezes me apetecer. Mai nada! Quem não gosta, fazer favor de carregar ali naquela puta daquela porra com uma cruzinha, que fecha a janelinha e desande daqui para fora! Rua! Sairem-me da frente! Porra para esta merda toda. Tou farta disto, farta farta farta farta e ainda me passo e saio do sério, palavra de honra!
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Rua do meu blog!

Foda-se!
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Tem um gajo um blog

e depois não pode escrever nada do que lhe apetecia...ora foda-se! FODA-SE! (não, não é 'formigueiro nos dedos', é só uma constatação)
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...e havia dias...

em que me sentia estranhamente consolada quando olhava para o nome do blog e sabia que era tal e qual como eu.
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Declaração Formal

Declaro formalmente que a imagem do post abaixo é pertença da Maré, que a ganhou como Prémio de Melhor Comentário do Ano. Também não o quero pra nada, bah...
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2.6.04

Rapto

Rapinei-o! Toma, toma! Agora o prémio é meu! Nhanhanhanhanhanha!!!
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Notas breves

- Tenho sono...(a sério? nunca costumas, a esta hora!) - Esqueci-me onde estacionei o carro... - Tou com preguiça de ir tomar café... - Preciso de ir meter gasolina e não me apetece... - Acho que está calor lá fora... - Tou entediada... - Zzzzzzz...
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Quotas

Defendidas Quotas para Travar Entrada de Mulheres nos Cursos de Medicina Quotas...ahahahahahahahahah...quotas para homens...ahahahahahahahah...eu mato-me a rir com estas alminhas...até me dói a cara...ahahahahahahahah as pilinhas médicas ameaçadas pelo mulherio...palavra de honra, só nesta república das bananas..."É indiscutível que é necessário haver um maior equilíbrio de sexos", defende também o bastonário da Ordem dos Médicos (OM), Germano de Sousa. ahahahahahah...plenamente de acordo...vamos fazer quotas para tudo, ok? ahahahahah, esta malta droga-se...
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Não há nada como começar bem um dia!

A Rita Pensativa voltou! Yeeeeeeeessssssssss!!!
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Eu nem sou destas coisas

Mas veio aqui parar um curioso à procura de anedotas de missangas. Anedotas de missangas? Anedotas de missangas??? Que raio é isso? Era uma vez um colar? Estava uma missanga cosida numa saia e diz para a outra que está quase a cair, estás por um fio...??? A malta não anda bem...não anda não...
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Arrisco

um chá nocturno. Não é chá, é iced tea. Não há datas, nem dias, nem motivos. Não há lua nenhuma aqui, já passou para trás do céu. Não faltou a luz, nem nada. Mas há vento, por estranho que pareça. Ainda não percebi para onde sopra e não estou autorizada a por o dedo no ar. E essa porcaria está a por-me doente. Nota: este post é uma treta codificada dedicada a um vampiro.
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não devia escrever isto

(mas é o meu blog e etc. etc.) tenho um contador a disparar. Nem sei o que diga, bem, não digo nada. Mas, foda-se, um gajo comove-se, que é que se há-de fazer...
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Vertigem

A outra. Esta. O Livro do Chapeleiro Maluco ilustrado pelo Puto Poético. 3 de Junho, às 21:30 na Livraria Ler Devagar. Os meus manos convidam. Eu vou.
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1.6.04

Antes que alguém comente o facto

A outra tanga é agora arquivo. Não vale a pena falar mais nisso.
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Dia da Criança

Smile though your heart is aching Smile even though it's breaking When there are clouds in the sky, you'll get by If you smile through your fear and sorrow Smile and maybe tomorrow You'll see the sun come shining through for you Light up your face with gladness Hide every trace of sadness Although a tear may be ever so near That's the time you must keep on trying Smile, what's the use of crying? You'll find that life is still worthwhile If you just smile That's the time you must keep on trying Smile, what's the use of crying? You'll find that life is still worthwhile If you just smile Nat King Cole Durante vários anos, através da Plan International, fui uma foster mother de um menino na Tailândia. Era o Lihkit e escrevia-me cartas todos os seis meses. Eu mandava-lhe postais e autocolantes e ele mandava-me desenhos e fotografias dele, da irmã e da avó, com quem vivia. Os pais (mais novos que eu) eram trabalhadores sazonaise não viviam na aldeia. A meia dúzia de dólares que lhe enviava todos os meses dobrava o orçamento familiar. O dinheiro dos foster parents, que as crianças da aldeia recebiam, era gerido em bolo, para melhoramentos globais. Se calhar sou uma lírica: não podendo mudar o mundo, penso que se pode fazer um bocadinho.
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