18.5.04

Flutuar ou submergir?

Há-de flutuar uma cidade no crepúsculo da vida pensava eu...como seriam felizes as mulheres à beira -mar debruçadas para luz caida remendando o pano das velas espiando o mar e a longitude do amor embarcado por vezes uma gaivota pousava nas águas outras era o sol que cegava e um dardo de sangue alastrava pelo linho da noite os dias lentíssimos...sem ninguém e nunca me disseram o nome daquele oceano esperei sentada à porta …dantes escrevia cartas punha-me a olhar a risca do mar ao fundo da rua assim envelheci...acreditando que algum homem ao passar se espantasse com a minha solidão (anos mais tarde ,recordo agora,cresceu-me uma pérola no coração ,mas estou só ,muito só ,não tenho a quem a deixar.) um dia houve que nunca mais avistei cidades crepusculares e os barcos deixaram de fazer escala à minha porta inclino-me de novo para o pano deste século recomeço a bordar ou a dormir tanto faz sempre tive dúvidas de que alguma vez me visite a felicidade Al Berto
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