4.5.04

Esta gente que anda na estrada, tiraram a carta na farinha amparo!

Eu (como não me conhecem é melhor dizer umas coisas sobre mim, já que isto é um diário público) sou uma pessoa que tem imenso respeito pelos outros e pelos direitos dos outros e pelas regras da boa convivência civilizacional e pelo correcto e certo e isso tudo. Ora parece-me que, para isso acontecer, temos que começar por nós. E eu começo por mim e também acho que tenho direitos e direito às regras e ao respeito e isso tudo, como já disse, e portanto nunca me meto numa fila de trânsito daquelas que são para virar para o lado, quando há mais faixas na estrada. Porquê? Porque já cumpri a minha quota de espera e de ver os chicos espertos na faixa do lado a enfiarem-se à ultima hora. Agora? Agora chegou a minha vez! Ah pois! Isto chega a vez a todos! E assim, todos os dias, ultrapasso aqueles nabos todos parados e depois, lá quase no fim da estrada, faço pisca e uns sorrisos (eu sei que isto funciona melhor quando se tem um palminho de cara agradável e um sorriso mesmo bronco e não sou de falsas modéstias) e enfio-me na ponta da unha. Digo imensos adeuses e obrigadinhas com a mão e tá feito. Mas há gente que tem cá uma lata! Não é que hoje começo a ver uma camioneta com um guindaste em cima, à minha frente, muito devagarinho nessa segunda faixa? E lá quase nas barbas da polícia que ainda bem que lá estava para evitar que pessoas desse calibre tenham comportamentos incorrectos e no limiar da legalidade, vá de fazer pisca a ver se algum carro a deixava entrar na fila! Eu atrás, lá apliquei a minha técnica de cabelos ao vento e sorriso da vaca a ver passar os comboios (só me faltava uma margarida na boca) e entrei na fila na maior, graças a uma carrão de um engravatado que foi trabalhar a pensar que tinha ganho o dia...e a camioneta a querer meter-se à minha frente! Tá bem tá! Não deixei, óbvio! Ainda me fiquei a rir quando foi mandada parar pela polícia! Bem feito! Não queriam mais nada! Selvagens...
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