31.5.04

Dia de Santa Etelvina

Fica um gajo em casa por motivos tussicos (alheios, mas vai dar ao mesmo). E sabe que a Etelvina vai tentar uma consulta, porque continua a cair para o lado e a tratar-se com água com açucar. O problema do dente ficou resolvido, arrancou-o, isto é, o dentista arrancou-o, embora eu não estranhasse que tivesse sido ela mesma; é uma mulher de armas, e no desespero das dores seria bem capaz de dar uma perninha na ortodôntica. Além disso, sabe manejar o alicate (dedica-se, nas horas vagas, a experiências de bricolage cá em casa, por auto-recreação. Já chegou até a pregar-me uns cabides numa porta de um quarto: achou que ficavam bem ali e davam jeito para pendurar toalhas. Não me perguntem onde é que arranjou aqueles monstros trabalhados de latão amarelo, é sempre um perigo ter uma drogaria entre os transportes públicos e o local de trabalho. E o que é certo é que as toalhas passaram a ficar mesmo ali, quanto mais não fosse para tapar os ditos cabides...). Mas continua com as quedas de pressão. Coisa que, como toda a gente sabe, provocam zumbidos nos ouvidos e tonturas. Isso e muitos calores, mas deve ser do tempo. E, claro, agora que a democracia se instalou e somos todos iguais, as empregadas domésticas também têm direito a ter alergias a pólens e outros pós, o que é um pouco complicado nas limpezas, uma pessoa ser alérgica ao pó. Pensar-se-ia até que, num caso desses, quanto mais depressa e mais eficazmente desaparecesse o pó, melhor para o estado de saúde...mas não é o caso. Adiante, que não é disso que trata este post. Sabendo eu que as consultas na medicina pública, ainda mais quando não são marcadas com sete meses de antecedência (embora este método de vou ficar à porta do médico e ele vai ter de me atender, quando o paciente é um chaimite marca Etelvina me pareça dar um satisfatório resultado) meti as barbas de molho, que é como quem diz, fui fazendo máquinas de roupa. E olhando para o relógio, enquanto dobrava roupa já lavada e seca, a estranhar que o Centro de Saúde não tivesse fechado para almoço. Chegou às três. Cara de pasmada de me encontrar em casa, seguida imediatamente de cara de caso. O caso era grave e complicado, mas afinal não era de saúde. Nem tinha ido ao médico e sentia-se muito mal. Só vinha dar um jeitinho à casa e depois até me ia deixar um papelinho...mas eu disse-lhe que o jeitinho já estava dado e a roupa também. Resolveu então ir esfregar um chão aqui e outro acoli. Acho que fez muito bem. Eu até vim escrever um post para não ter de me chatear muito.
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